INTRODUÇÃO
A Infecção do
Trato Urinário (ITU), conhecida popularmente como infecção urinária, é um
quadro infeccioso que pode ocorrer em qualquer parte do sistema urinário, como
rins, bexiga, uretra e ureteres. Esse tipo de infecção é mais comum na parte
inferior do trato urinário, do qual fazem parte a bexiga e a uretra.
Uma das alterações
mais comuns que acometem a mulher durante a gestação é a infecção urinária, que
atinge de 10 a 20% das gestantes. As mamães devem ficar atentas ao primeiro
trimestre da gestação, período que normalmente aparecem os sintomas dessa
alteração.
A disfunção ocorre por
razões explicáveis: a presença de glicose na urina da mulher grávida aumenta
devido às alterações hormonais que ocorrem nesse período, deixando a uretra um
ambiente mais propício à proliferação de bactérias.
Além disso, o hormônio
progesterona, que oferece condições da mulher ficar grávida, relaxa os músculos
da uretra, diminuindo a velocidade do fluxo da urina dos rins para a bexiga,
aumentando os fatores favoráveis à proliferação de bactérias. Temos que lembrar
também que durante a gestação a resistência da mulher fica mais baixa, sendo
mais fácil o ataque de qualquer microorganismo.
A forma menos
agressiva da infecção urinária é a cistite, infecção da bexiga, e a mais grave
é a pielonefrite, que acomete os rins. A infecção leve pode ser assintomática,
mas, na maioria das vezes, a infecção se agrava levando aos sintomas como dor e
ardor ao urinar, sensação de desejo de urinar, vontade freqüente de urinar com
pouca quantidade de xixi e mudanças no cheiro e na cor da urina.
Nos casos mais graves,
os sintomas são náuseas, vômitos, febre, urina turva com odor, calafrios e uma
dor intensa na região lombar (rins) ocorrem geralmente no último trimestre da
gestação.
As toxinas liberadas
pelas bactérias desse tipo mais grave de infecção urinária podem causar
contrações do útero, levando ao trabalho de parto prematuro, abortamentos,
hipertensão arterial, morte do bebê e até mesmo da mãe quando a infecção se
torna severa e generalizada.
As pielonefrites
ocorrem após as infecções assintomáticas (que não apresentam sinais da
infecção). Por isso a importância de se descobrir as infecções urinárias logo
no início para que o tratamento seja realizado antes que a situação piore para
mamãe e bebê.
Como evitar a
infecção? Como sempre, o pré-natal é essencial para que se tenha uma gestação
mais saudável, em que busca coibir qualquer tipo de complicação. Nele, os
médicos pedem exames de urina de três em três meses, diagnosticando a infecção
urinária o mais precoce possível.
Existem algumas
medidas que a gestante deve realizar para prevenção da infecção urinária, como
beber bastante líquido durante todo o dia (de 1 a 2 litros). Outra recomendação
é ir ao banheiro com freqüência, não segurando o xixi quando a vontade vier, principalmente
depois das relações sexuais. É fundamental que a mamãe cuide bem de sua higiene
pessoal, passando o papel higiênico de frente para trás.
O tratamento da
infecção é feito com antibióticos. Ele deve ser indicado pelo médico para que
não afete o desenvolvimento do bebê, pelo menor tempo possível, mas que seja um
tempo seguro para um tratamento acertado e eficiente.
Tipos
Os tipos, causas e sintomas das
infecções urinárias variam de acordo com o local onde há infecção. Existem
quatro tipos de infecção urinária:
·
Cistite (infecção na bexiga)
·
Uretrite (infecção na uretra)
·
Pielonefrite
(infecção nos rins)
·
Infecção nos
ureteres.
Causas
A infecção urinária ocorre quando
uma bactéria entra no sistema urinário por meio da uretra e começa a se
multiplicar na bexiga. O trato urinário costuma expelir esses organismos
estranhos do corpo, mas algumas vezes essas defesas falham e a bactéria em
questão passa a crescer dentro do trato urinário, dando início a uma infecção.
As causas variam de acordo com o
local onde há infecção. Os tipos mais comuns de infecção urinária são a cistite
e a uretrite, que acometem a bexiga e a uretra, respectivamente.
Factores de
Risco
Alguns fatores são considerados de
risco para contrair infecção urinária, confira:
·
Infecções
urinárias são mais comuns em pessoas cuja uretra é menor, como no caso do
sistema reprodutor feminino, ou seja, o caminho que a bactéria precisa
percorrer para chegar até a bexiga é menor
·
Ter vida
sexualmente ativa facilita a infecção urinária, especialmente as vaginais
·
O uso de
alguns tipos de contraceptivos, como espermicidas, também pode ser considerado
um fator de risco
·
Após a menopausa, as infecções urinárias podem acontecer com mais
frequência do que antes, uma vez que a baixa quantidade de estrogênio causa
mudanças no trato urinário de modo a deixá-lo mais vulnerável à ação de
bactérias
·
Apresentar
algum tipo de bloqueio no trato urinário, como pedra nos rins e aumento da
próstata, também são fatores de risco
·
Ter o
sistema imunológico suprimido impede que as defesas do corpo atuem
propriamente, facilitando a entrada de bactérias que causam infecções
·
O uso de
cateter para urinar também aumenta os riscos de infecção.
INFECÇÃO
URINÁRIA E GRAVIDEZ
Na gestação, a infecção urinária
(IU) se reveste de grande importância e interesse em razão de sua elevada
incidência nesse período especial da vida da mulher. É a terceira
intercorrência clínica mais comum na gestação, acometendo de 10 a 12% das
grávidas. A maioria destas infecções ocorre no primeiro trimestre da gravidez,
9% sob a forma de infecção urinária baixa (cistite) e 2% como infecção urinária
alta (pielonefrite). A infecção urinária cria várias situações doentias e
contribui para a mortalidade materno infantil.
Como
ocorre?
As infecções urinárias são causadas
por bactérias da flora intestinal que contaminam o trato urinário. As bactérias
são encontradas na urina quando se rompe o equilíbrio entre a defesa do
organismo e a sua virulência. Normalmente na gravidez, a urina é mais rica em
nutrientes (açúcar e aminoácidos), o que propicia um meio de cultura mais rico,
facilitando o crescimento das bactérias. Também ocorre, normalmente, na
gravidez, uma dilatação do trato urinário, criando condições de estase urinária
(urina parada) que favorece o crescimento bacteriano e a instalação da infecção
urinária. O aumento do útero, ao ocupar mais espaço, pode obstruir parcialmente
o ureter e criar condições de estase urinária. A estase é um mecanismo
complicador e favorecedor de IU nas grávidas.
Quais
são os sintomas?
Os sintomas surgem e se definem de
acordo com o tipo de infecção que se estabeleceu no trato urinário da grávida.
Cacteriúria assintomática.
É definida como a presença de
proliferação bacteriana na urina, em grávida que não apresenta sintomas ou
queixas urinárias, provavelmente, porque não está ocorrendo lesão e agressão à
mucosa do trato urinário. Na gravidez, a incidência de bacteriúria
assintomática é da ordem de 4 a 7%. Nas grávidas diabéticas, a incidência é
maior, em torno de 12 a 14%, e nas mulheres que já tiveram IU antes de
engravidar, é de 18 a 20 %. É interessante observar que a metade (50%) das
bacteriúrias assintomáticas se tornam sintomáticas até o final da gestação.
Infecção
urinária baixa.
É também chamada de cistite. A
contaminação e agressão bacteriana são restritas à bexiga. Caracteriza-se,
principalmente por ardência ao urinar (disúria), urgência para urinar,
freqüência aumentada (polaciúria), dor suprapúbica e, algumas vezes, sangue no
término da micção ou no exame de urina.
Pielonefrite
aguda.
É a infecção urinária que ocorre no
rim, também chamada de infecção urinária alta. Caracteriza-se pela contaminação
ascendente da uretra até o rim. Ocorre em aproximadamente 2% das grávidas,
geralmente no último trimestre. Apresenta-se, clinicamente, com início abrupto
ou súbito, comprometendo muito o estado geral da grávida com febre, calafrios,
dor lombar intensa, náuseas e vômitos. A presença das toxinas liberadas pelas
bactérias pode desencadear o trabalho de parto pelo aumento das contrações
uterinas. Por esta razão, a pielonefrite aguda na grávida pode ser responsabilizada
por abortamento, trabalho de parto prematuro, hipertensão arterial gestacional,
óbito fetal e até mesmo morte materno fetal nos casos de infecção severas e
generalizadas. A grande maioria das pielonefrites agudas ocorre depois das
infecções bacterianas assintomáticas, daí a importância de se descobrir as IU
assintomáticas, que podem redundar em pielonefrite.
Pielonefrite
crônica
É a fase crônica das infecções
renais anteriores que deixaram lesões ou cicatrizes nos rins. Geralmente, não
apresentam sintomas, mas podem estar acompanhadas de hipertensão arterial. Com
a gravidez, a hipertensão pode se tornar severa e piorar a função renal; com
isto, o estado de saúde da mãe e do feto se alteram.
Como
se faz o diagnóstico?
A
suspeita diagnóstica de IU se dá pelos sintomas de: micção freqüente, ardência,
urgência, dor lombar, náuseas, vômitos, sangue na urina e febre.
Para
toda a gestante deve-se sempre solicitar de 3 em 3 meses exames de urina e
urocultura. Com estes cuidados, procuramos descobrir as infecções urinárias
assintomáticas e tratá-las precocemente.
No
exame comum de urina, o sedimento urinário apresenta um número aumentado de
leucócitos, acompanhados de sangue e albumina na urina.
Considera-se
infecção urinária quando a cultura de urina é positiva, ou seja, com mais de
100.000 bactérias por mililitros de urina. A urina para cultura deve ser
colhida pelo jato médio com técnica de antissepsia adequada. As grávidas
principalmente no 3º trimestre contaminam a urina muito facilmente, por esta razão
é importante que a coleta seja bem-feita para evitar erros na interpretação da
urocultura.
O
diagnóstico de lesões do rim na IU é feito pela ultra-sonografia (ecografia),
que é uma investigação não invasiva e que permite a avaliação anatômica do rim,
como malformações e tamanho renal, pode também, mostrar cálculos e obstruções.
Poderá ocorrer que a paciente tenha sinais clínicos de IU, mas as uroculturas
são negativas. Quando isto ocorrer deve-se procurar outras infecções, por
outros microorganismos como Chlamydia, Herpes, Candida albicans, Tricomoníase e
outros.
Como
se faz o tratamento?
Constatada
a IU na grávida, ela deve ser imediatamente tratada para evitar complicações,
como infecção generalizada, abortamento, parto prematuro, hipertensão gestacional
e piora de anemia.
O
tratamento deve basear-se no antibiograma. O médico deve escolher antibióticos
que não sejam prejudiciais ao feto e a medicação deve ser usada pelo menor
tempo possível, mas num período suficiente para ter a segurança de um tratamento
adequado e eficaz.
Como
se faz a prevenção?
Nas gestantes que têm IU
recorrente, pode-se usar medicações preventivas por um longo período.
Recomenda-se uma ingestão abundante de líquidos e, nas micções, procurar sempre
o esvaziamento completo da bexiga.
INFEÇÃO
URINÁRIA NA GRAVIDEZ PODE CAUSAR ABORTO
Quem já sofreu com
o problema sabe que as dores causadas pela infecção urinária não são nada
agradáveis. Mas ainda há quem lide bem com o desconforto e pense que ele não
vai trazer nenhum prejuízo além da ardência e alguma dor nos rins. Engano grave
e arriscado: a doença é a segunda causa de mortalidade em fetos de até três
meses (a maioria das mortes acontece devido a alterações cromossômicas, geradas
por um óvulo ou espermatozoides defeituosos).
E o maior problema
é que são as gestantes que estão mais propensas a doença, graças às mudanças
que o corpo sofre. "A infecção urinária é muito frequente durante a gestação, por causa das
alterações funcionais e anatômicas dos rins e das vias urinárias durante o
ciclo gravídico-puerperal", explica a ginecologista Vera Lúcia.
A doença é
caracterizada pelo estabelecimento e a multiplicação de microrganismos dentro
do trato urinário. "A presença de bactérias afeta o maior número de
pacientes. Mas também há casos decorrentes de vírus e fungos. A urina,
normalmente, não deve apresentar nenhum tipo de microorganismo, em nenhuma
quantidade", afirma a especialista.
Além de alavancar
os casos de aborto espontâneo, a infecção urinária (também conhecida como
infecção do trato urinário ou ITU) aumenta as chances da mulher apresentar crescimento intra-uterino retardado e do bebê
sofrer com problemas de baixo peso ao nascer. "O pré-natal, realizado
desde o início da gestação, previne tudo isso, já que o médico pede exames
capazes de apontar qualquer alteração no trato urinário", diz a
ginecologista.
Pacientes com
história de infecção urinária antes da gravidez, diabéticas e pacientes com
mais de três filhos precisam ficar atentas, já que essas características aumentam
as chances da doença. "Ardência, dor, dificuldade para urinar, mau cheiro e
cor opaca da urina são os sintomas mais comuns da doença e principalmente as
mulheres gestantes devem ficar atentas", afirma a ginecologista.
O diagnóstico é
bem simples e um exame de urina comum já é capaz de detectar qualquer alteração
que ofereça riscos. "Par descobrir se a mulher está com infecção urinária
o médico deve fazer uma solicitação do exame de urina tipo I e cultura de
urina, durante o Pré-Natal. Esses são exames simples e não oferecem nem risco
para o bebê. Normalmente são realizados com o primeiro jato de urina do dia,
após uma higienização da região peri-uretral" ressalta a médica.
Remédios
De acordo com a
especialista é importante frisar que as futuras mamães não podem, de jeito
nenhum, consumir remédios sem consulta do especialista, já que a maioria dos
antibióticos pode trazer prejuízos para o bebê. "Mesmo que a mulher esteja
acostumada a tratar a ITU com um determinado remédio é importante lembrar que
durante a gestação ele deve ser deixado de lado. Só o ginecologista pode
indicar a opção apropriada para o período gestacional. Isso ocorre de acordo
com o quadro clinico da paciente, pensando principalmente na segurança dela e
do bebê", diz a especialista.
Depois do parto
Quando a infecção
urinária não é tratada corretamente, além de oferecer prejuízos para o bebê,
traz riscos para a mãe, principalmente depois do parto. "O importante é
não descuidar do problema durante a gestação, já que em alguns casos o problema
pode persistir depois do parto de uma maneira mais forte e trazendo diversos
riscos para saúde da mulher, como o mau funcionamento dos rins", afirma a
médica.
Educação para saúde
Para as mulheres,
as altas temperaturas do verão costumam vir acompanhadas por um problema comum:
a infecção do trato urinário.
Com incidência
predominantemente no público feminino, o problema é causado por bactérias ou
fungos que se alojam no aparelho urinário e podem tanto causar infecções na
bexiga, conhecidas como cistites, como também atingir os rins, ocasionando as
chamadas pielonefrites.
— Nessa época, que
costuma coincidir com as férias, os hábitos mudam tanto em horários, como em
alimentação, o que já desregula o organismo.
Utilizar biquínis
molhados por muito tempo e não urinar com a frequência necessária também são
fatores que influenciam no aparecimento das infecções urinárias— explica o
urologista João Afif Abdo.
O especialista
reforça que os homens também estão sujeitos às infecções, porém, a própria
anatomia feminina facilita o aparecimento da patologia nas mulheres.
— A uretra
feminina é curta e fica localizada ao lado da vagina que por outro lado fica
próxima à região anal, que já é uma região contaminada, por mais cuidados com a
higiene que a mulher tenha. Por isso, os cuidados devem ser redobrados— alerta
Afif.
Tratamento
Os casos mais
simples podem ser tratados em casa, utilizando antibióticos. Nos mais graves,
em que as bactérias se espalham pela corrente sanguínea, o paciente pode
precisar de internação para tratamento endovenoso.
— Ingerir muita água, urinar com frequência, inclusive após
as relações sexuais, e higienizar a região corretamente são cuidados simples
que podem evitar transtornos para a mulher— recomenda o médico.
Outra forma de evitar a infecção urinária, é
cuidando para que seu intestino funcione bem. Por tanto procure, adicionar
fibras na sua alimentação e consuma alimentos com lactobacilos vivos.
Preste muita atenção na cor da sua urina sempre. Se ela
estiver amarelada, imediatamente beba o máximo de líquido em intervalos de 30
minutos a 1hora para limpar seu organismo porque você está chegando na zona
vermelha. Isso costuma acontecer ou por falta
de líquidos ou por remédios em excesso. Se ao tomar bastante líquido,
a urina permanecer na cor amarelada, procure de pronto um médico.
CONCLUSÃO
Assim podemos concluir que a infecção do trato urinário
(IU) constitui uma das principais causas de consulta na prática médica. É a
presença de microorganismos em alguma parte do trato urinário. Quando surge no
rim, chama-se pielonefrite; na bexiga, cistite; na próstata, prostatite e na
uretra, uretrite.
É
normal ter pelo menos 1 episódio de infecção urinária durante a gravidez. Ela
pode ou não apresentar sintomas, mas deve ser sempre tratada com o uso de
antibióticos para prevenir possíveis complicações. Eis os sinais e sintomas de
uma IU na gravidez:
¾
Aumento da frequência em urinar;
¾
Urina turva;
¾
Urgência em urinar;
¾
Dor/Ardor ao urinar;
¾
Pode haver vestígios de sangue ao urinar.
Quando a infecção
urinária atinge os rins os sintomas incluem:
¾
Febre
¾
Dor no fundo das costas
¾
Enjoos e vômitos
¾
Queda do estado geral
REFERENCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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